A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns foi lançada ontem em cerimônia na sala dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Na ocasião, foram apresentados os integrantes do grupo, que reúne juristas, intelectuais, jornalistas e ativistas. O criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira faz parte da comissão, que vai se dedicar ao acompanhamento de casos de violações aos direitos humanos.
“Essa comissão é uma trincheira avançada contra os abusos que possam vir a ser cometidos em um período de menosprezo pelos direitos e pelas garantias individuais como o atual”, afirmou Antonio Cláudio Mariz de Oliveira.
No evento, o presidente da Comissão, o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, enfatizou o caráter apartidário e diverso da iniciativa. “Os direitos humanos não têm ideologia e não tem partido. É capaz de unir diferentes pessoas de diferentes posições políticas e partidárias”, disse.
Presidente de honra da comissão, a socióloga Margarida de Vallois, 96 anos, agradeceu a presença dos jovens. “Precisamos passar o bastão.” Margarida tem uma longa trajetória na luta pelos direitos sociais e foi o braço direito de Dom Paulo Evaristo Arns na Comissão de Justiça e Paz. Ela também integrou a Comissão de Direitos Humanos da USP, do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e foi criadora do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
A comissão Arns não vai receber denúncias de violação aos direitos humanos. A intenção é trabalhar em rede com outras entidades que já acolhem essas denúncias dando suporte e assistência, principalmente aos casos de menor visibilidade.