Por Fábio Mariz de Oliveira
“Eu não tenho culpa de retratar a História. Não fui eu que a escrevi”. Esta frase foi dita por Silas de Oliveira no Departamento de Ordem Política e Social, o temido DOPS, em plena ditadura militar, ao justificar o samba escrito por ele e intitulado “Heróis da Liberdade”.
Um dos fundadores da Império Serrano e autor de sambas antológicos, Silas e sua escola colocaram na avenida, em 1969, dois meses depois do mais duro golpe estatal, um dos samba mais icônicos de todos os tempos.
O desfile não enalteceu apenas um fato histórico, como também prestigiou todos os heróis até aquele momento, dentre eles os participantes dos movimentos nativistas do período colonial, os abolicionistas, os que lutaram pela independência, os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira, todos os nossos heróis.
Sob o canto de “Liberdade, Senhor; Passava a noite, vinha o dia; O sangue do negro corria; Dia a dia; De lamento em lamento; De agonia em agonia; Ele pedia; O fim da tirania”, a Império Serrano desfilou pela Candelária desafiando a tirania militar e a dura repressão imposta pelo AI-5.
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